segunda-feira, 28 de julho de 2014

Estudante canguaretamense apresentará trabalho sobre a história do município

Thiago Oliveira, estudante canguaretamense do campus do IFRN de Nova Cruz, apresentará trabalho sobre o engenho Cunhaú no 10º Congresso de Iniciação Científica do IFRN (Mostra Tecnológica do IFRN) , de 7 a 9 de agosto de 2014, em Pau dos Ferros RN.
Seu trabalho analisa a dualidade  entre  a  importância  de  um  local   que foi  marcado pelo   poderio econômico   de  uma   cultura agrícola,   bem   como  o   lado   religioso   que   ficou  enraizado  no  povo  da  cidade   de Canguaretama,  no  Rio  Grande  do  Norte, onde  uma   cultura   de  fé   atrai   pessoas  de  diversos  lugares, na  busca de  relembrar  e   exaltar   a   coragem   de  homens  religiosos,  lembrados   nas  comemorações dos  mártires  de Cunhaú.  
Thiago diz buscar em sua pesquisa   o   resgate  histórico ‐  cultural  e socioeconômico   do  Engenho   Cunhaú. Através  de  um  olhar  crítico   e   comparativo  da  realidade  do  engenho   atual,  com   a   sua   antiga   representação nesse  Estado.  Buscando,  trazer   a tona   o   aproveitamento   de  uma   rota   religiosa,   já consolidada,  com   uma
revitalização   do  mesmo,  ou  talvez,   com   a   criação  de  uma nova  rota   que   atrelasse   o   turismo  religioso   a   um turismo  mais rural, o estudante acredita ser possível resgatar a importância  de  ambos e dinamizar a economia  do município.




terça-feira, 22 de julho de 2014

Projeto do plano municipal de turismo será lançado nesta quinta-feira



Na próxima quinta-feira (24) será lançado o projeto do plano municipal de turismo, que tem como objetivo o desenvolvimento de ações turísticas em Canguaretama. O projeto vai ser realizado a partir de uma parceria da Secretaria Municipal de Turismo com o Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN). O plano será articulado através de um planejamento estratégico compreendendo levantamento de dados, pesquisa, identificação de agentes multiplicadores e terá uma duração de nove meses. “O plano vai estabelecer ações do turismo em Canguaretama para os próximos dez anos. E esse estudo é fundamental para que as medidas impostas aqui sejam de qualidade”, revela o titular da Secretaria, Paulo César Fernandes. O lançamento acontecerá quinta-feira (24) no IFRN de Canguaretama a partir das 9h.

Canguaretama promove seminário de educação indígena









quinta-feira, 17 de julho de 2014

I Seminário sobre educação escolar indígena no Rio Grande do Norte




Jovens retomam projeto de teatro e reapresentam o "Morticínio do Cunhaú"














PARA ENTENDER A CRIAÇÃO DO MUNICÍPIO DE CANGUARETAMA RN

A fundação do município de Canguaretama ocorreu, segundo a historiografia tradicional, por causa de uma disputa pessoal entre dois políticos da região. Sobre esse assunto, Câmara Cascudo escreveu o seguinte:
-O padre José de Matos Silva, vigário de Vila Flor, desde 1846, era do Partido Conservador e zangou-se, ferozmente, com Sebastião Policarpo de Oliveira, senhor do engenho Juncal, do Partido Liberal. Essa intriga deveria ter sua origem nas disputas políticas entre os dois partidos do Império. Padre Matos tentava, então, interromper o crescimento eleitoral de Sebastião Policarpo. Um modo rápido e eficaz seria transferir a sede municipal de Vila Flor para a povoação de Uruá, uma localidade isenta de influências partidárias . Como o Partido Conservador gozava do poder, a tarefa parecia fácil.
Dessa forma, em 1857, o projeto foi rapidamente aprovado pela Assembléia Provincial. A povoação do Uruá se transformaria na sede do município com a denominação de Vila de Canguaretama. A freguesia continuaria em Vila Flor até que a nova vila possuísse um templo decente. Para isso, o governo imperial arcaria com as despesas de construção de um templo religioso.
O presidente da província, Bernardo Machado da Costa Dória, recebeu o projeto para sanção em 20 de abril de 1857. Tinha sido empossado no cargo no início daquele mês e sua resposta foi dada nove dias depois, recusando. Ele pronunciou-se dizendo ser inconveniente essa transferência...
...pois Vila Flor já existia há muitos anos e não era prudente contrariar hábitos antigos, despertando rivalidades que sempre trazem desagradáveis consequências.
Muito contido, Costa Dória opinou que seria melhor a criação de uma nova vila do que uma transferência irrefletida e precipitada. Lembrou ainda que o projeto criaria uma despesa imediata de dois contos de Réis e, certamente, outras para o futuro.
O padre José de Matos , então, aguardou outra oportunidade, que não tardou muito. Em 19 de maio de 1858, Costa Dória deixou o cargo, mas ainda não era o momento . O padre esperou o outro presidente, Antônio Marcelino Nunes Gonçalves, tomar posse em 18 de junho de 1858. Essa era a oportunidade. Como presidente da Assembleia Provincial , o padre José de Matos Silva reenviou o projeto original, pedindo a sanção. Parecia combinado. Um mês depois de assumir o cargo, o novo presidente sancionou sem discutir e, talvez, sem fazer nenhuma leitura do projeto.
Dessa forma, entrou em vigor a Lei n° 367, de 19 de julho de 1858. Canguaretama passou a ser um dos municípios do Rio Grande do Norte. Vila Flor ficou reduzida à condição de simples povoação dentro do território que foi a sede durante 89 anos. O padre Matos deveria ter um imenso poder sobre todos os seus paroquianos, além de uma maioria inquestionável na Câmara de Vila Flor.
O escritor Luís da Câmara Cascudo dizia ter vasculhado o arquivo da Assembleia Provincial à procura de algum protesto contrário à transferência, mas não o encontrou. Com exceção de Sebastião Policarpo e de Costa Dória, não houve ninguém contra. Parece que todos estavam de acordo com a mudança.
A última sessão na Câmara Municipal da extinta Vila Flor aconteceu em 28 de agosto de 1858. A primeira sessão da Câmara na Vila de Canguaretama ocorreu no dia 18 de setembro do mesmo ano. Assim começou a história de um novo município do Rio Grande do Norte: Canguaretama.