domingo, 23 de junho de 2013

Despoluição do rio Potengi está longe de ser realidade

Um dos objetivos da Estação de Tratamento de Esgoto do Baldo, é contribuir para a despoluição do Potengi. Contudo, o resultado das análises da qualidade do efluente que sai da ETE do Baldo para o Potengi, bem como das águas do estuário ainda apresentam uma alta concentração de coliformes.

De acordo com o coordenador de Meio Ambiente do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do RN (Idema), Sérgio Luiz Macêdo, com base em resultados colhidos em dezembro de 2012, e em março e maio deste ano, é possível afirmar que, em termos de carga orgânica, a concentração de demanda biológica de oxigênio (DBO) e de materiais sedimentáveis está dentro dos padrões.
“Entretanto, a concentração de coliformes termotolerantes está muito alta, com valores variando entre 20.000 a 79.000 NMP/100mL, tendo em vista que a ETE ainda não está promovendo a desinfecção do efluente antes dos eu descarte no Estuário do Rio Potengi”, analisou Sérgio Macêdo.

O coordenador de Meio Ambiente do Idema informou ainda sobre a qualidade das águas do rio Potengi no trecho entre o Dique da Base Naval e a Ponte Newton Navarro, com base em resultados do Programa Água Azul.

Entre novembro de 2008 e maio de 2012, após a entrada em operação da ETE do Baldo, as concentrações de oxigênio dissolvido, de matéria orgânica em termos de carbono orgânico total e de valores de metais apresentaram resultados dentro do permitido pela Resolução nº 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

Por outro lado, explicou Sérgio Macêdo, constatou-se vez que “as concentrações de coliformes termotolerantes de uma maneira geral tiveram uma redução, mas ainda estão acima do valor padrão de 1.000 NMP/100mL”.

Monitoramento


Em 2012, o Ministério Público obteve decisão favorável para que Idema e Governo do Estado fizessem um monitoramento nos locais onde é jogado o produto do esgoto tratado pela Companhia de Águas e Esgotos do RN (Caern).

“Com certeza a ETE do Baldo está contribuindo para melhorar a qualidade da água do rio Potengi. Antes o esgoto era jogado in natura e hoje ele é tratado. Mas a ideia é que a Caern faça o tratamento de todos os locais onde ela coleta. Não pode haver nenhum tipo de destinação sem tratamento no Potengi”, avaliou a promotora do Meio Ambiente, Gilka da Mata.

Proposta é expandir saneamento


Enquanto enfrenta dificuldades para efetivar projetos anteriores, a Companhia de Águas e Esgotos do RN (Caern) lançou na sexta-feira o Sanear, plano de ação que tem por objetivo tirar Natal dos atuais 36,5% para 100% da cidade saneada até o fim de 2015. O Sanear está prevê também investimentos em esgotamento sanitário em outras 18 cidades potiguares.

Em Natal, serão aplicados recursos da ordem de R$ 696 milhões. Os projetos apresentados pela Caern obtiveram mais R$ 293,7 milhões para os bairros que da zona norte, o que deverá trazer benefícios para aproximadamente 214 mil habitantes. Outros R$ 210,2 milhões estão previstos para os bairros das zonas sul, leste e oeste, contemplando 148 mil habitantes.

Segundo a Caern, as obras também chegarão a Areia Branca, Assú, Goianinha, Jardim de Piranhas, João Câmara, Mossoró, Nova Cruz, Pium, Cotovelo e Pirangi, Pau dos Ferros, São José de Mipibu, Tibau do Sul e Pipa, Canguaretama, Apodi, Parelhas, São Paulo do Potengi, Macaíba e Caicó.

Atualmente, o Rio Grande do Norte está 27% saneado. “Nossa meta é sanear 80% do Rio Grande do Norte e isso já está acontecendo”, afirmou o diretor-presidente da Caern, Yuri Tasso Duarte. 

Segundo ele, de R$ 1,4 bilhão em recursos do Sanear, R$ 940 milhões serão destinados para a rede de esgotamento sanitário. Os recursos são provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), de financiamento pelo ProInvest, da Caern e do Tesouro Estadual. A contrapartida é de 15%.

“As obras já estão em andamento em 15 cidades, com investimentos viabilizados também pelos próprios municípios. Outras 13 cidades já estão com projetos apresentados pela Caern em análise para garantir mais investimentos”, afirmou Yuri Tasso Duarte .

FONTE: http://tribunadonorte.com.br/noticia/despoluicao-do-rio-potengi-esta-longe-de-ser-realidade/253041

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