sexta-feira, 29 de março de 2013

Geração hidráulica aumentará em 40% até 2021; armazenamento, porém, apenas 5

Previsão é que 19 novas hidrelétricas (19.673) sejam licitadas nos próximos anos
Por Wagner Freire
Crédito: FlickrO Governo Federal, por meio do Ministério de Minas e Energia (MME), pretende licitar e colocar em operação 19 novas hidrelétricas até 2021 - o que em energia significará adicionar 19.673MW de capacidade à matriz elétrica.  As informações constam no Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) , aprovado nesta semana.
No total, de 2012 até 2021, a capacidade de geração hidráulica aumentará de 84 GW para 117 GW, aproximadamente. A região Norte é onde ocorrerá a maior expansão hidrelétrica, devido à entrada em operação de grandes empreendimentos, com destaque para a hidrelétrica de Belo Monte (11.233MW), cuja motorização deve levar três anos com a entrada em operação de 6 máquinas de 611,1 MW por ano.
Porém, embora a instalação de novas usinas signifique aumentar a capacidade hidrelétrica instalada do país em 40%, a capacidade de armazenamento dos reservatórios terá uma elevação de apenas 5% ao final do ano de 2021.
"Analisando a previsão de capacidade de armazenamento dos reservatórios ao final do ano de 2021, percebe-se que, em termos percentuais, a elevação de 5% é bem inferior ao aumento da capacidade instalada de usinas hidrelétricas, de 40%", destaca o documento.
A previsão é que apenas duas usinas tenham reservatórios de acumulação a montante. "A maioria das usinas viáveis neste horizonte [dez anos] está localizada em bacias ainda inexploradas, para as quais não há previsão de instalação de usinas com reservatórios de regularização das vazões afluentes”, explica.
Grande parte das hidrelétricas a serem viabilizadas devem operar a “fio d’água”, ou seja, toda vazão afluente deve ser turbinada ou vertida, não havendo condições de armazená-la.
"Esta configuração do sistema gera consequências diversas, dentre as quais: a impossibilidade de controle de cheias; maior exigência das atuais usinas do sistema com capacidade de regularização, gerando grandes alterações de nível dos reservatórios ao longo de curtos ciclos hidrológicos (o que muitas vezes não é possível em função de restrições operativas hidráulicas); e maior despacho térmico para atender às exigências sazonais da carga, que não poderão ser atendidas pelo armazenamento hidráulico", alerta o documento.
Dentre as usinas a serem licitadas, as hidrelétricas São Luiz do Tapajós (6.133MW) e Jatobá (2.336MW) são consideradas estratégicas de interesse público, estruturantes e prioritárias para efeito de licitação e implantação, conforme Resolução Conselho Nacional de Políticas Energéticas (CNPE) Nº3 de maio de 2011. A previsão é que essas usinas estejam operando em dezembro de 2018 e abril de 2019, respectivamente.
Os projetos de geração com concessão já outorgada no passado, como as usinas Couto Magalhães (150 MW), Santa Isabel (1.087 MW), Pai Querê (292 MW) e Itaocara I (145 MW), não foram considerados no horizonte de estudo do PDE2021. A explicação é que esses empreendimentos apresentam "problemas específicos a serem resolvidos para andamento da obra".  Contudo, permanecem sendo fiscalizadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e acompanhadas pelo planejador, podendo compor a configuração dos futuros lanos à medida que sejam equacionados os seus problemas.
Para ler o PDE 2021 na íntegra, clique aqui

FONTE: http://www.jornaldaenergia.com.br

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