segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Prefeito que omitir dados da administração ao adversário incorrerá crime de responsabilidade


Imagem meramente ilustrativa

Um candidato que tenta comandar uma grande prefeitura promete fazer determinada obra que a cidade precisa e deixou de ser feita pelo atual prefeito. Este, prontamente, responde: não há verba para fazer. O adversário clama por transparência da administração municipal para poder formular seu plano de governo e entrar de modo igual na competição. A população fica no escuro, sem saber em quem acreditar.
Comum a praticamente todos os candidatos de oposição a prefeituras do país, a queixa pode ter uma solução com um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados. O texto transforma em crime de responsabilidade o não envio pelo prefeito, em ano eleitoral, dos dados contábeis, financeiros e orçamentários da administração à Câmara Municipal. Ele tem prazo de até 30 dias antes das convenções partidárias – quando são escolhidos os candidatos – para cumprir a obrigação.
A proposta altera o Decreto-lei 201/67, que define os crimes de responsabilidade de prefeitos e vereadores passíveis de ação pública e puníveis com reclusão de dois a 12 anos ou três meses a três anos, dependendo da infração. Tal norma diz ainda que os condenados sofrem perda do cargo e ficam cinco anos sem poder exercer cargos públicos eletivos ou de nomeação. O crime pode ser julgado pelo Judiciário, independentemente de pronunciamento da Câmara Municipal. Caso a proposta seja aprovada, serão punidos os prefeitos que não enviarem “mensagem com a demonstração da real situação contábil, financeira e orçamentária do município”.
O texto aguarda votação na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público e já tem parecer do deputado relator, Alexandre Roso (PSB), pela aprovação. Depois desta, é preciso passar pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania antes de chegar a plenário. O autor da proposta, deputado federal Vitor Penido (DEM/MG), justifica a necessidade do projeto alegando que os candidatos oposicionistas muitas vezes são levados a defender programas fictícios por falta de acesso a dados que permitam a elaboração de ações compatíveis com a capacidade do erário.
“A legislação já manda que o prefeito faça isso, só que não é cumprida. O que queremos é que no ato do registro da candidatura os candidatos tenham acesso a informações como gastos com pessoal, comprometimento do endividamento da cidade e outros. Isso é necessário para que as pessoas possam ter conhecimento e, de qualquer lado que estejam, possam fazer promessas que poderão ser cumpridas”, afirmou Penido.
Realidade Derrotado na disputa para voltar à Prefeitura de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o parlamentar apresentou o texto em maio deste ano. Ele cita o exemplo próprio para mostrar a dificuldade que os candidatos podem ter. “Quando era prefeito, há oito anos, a cidade tinha uns 300 cargos de confiança. Hoje são cerca de 1,5 mil. Descobri isso em reuniões que tive e não dentro da prefeitura. Como você projeta um governo para frente sem saber a realidade do município?”, questiona. Apesar de reconhecer a dificuldade de aprovar propostas, Penido acredita que seja interesse da maioria a transparência para tornar menos desigual as campanhas eleitorais.
 
Fonte: http://www.dnonline.com.br
COPIADO DE: http://soscanguaretama.blogspot.com.br/2012/10/sera-que-vai-dar-certo.html

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