sábado, 25 de junho de 2011

O mito da autoridade

O que é autoridade? É uma pessoa importante? É um conceito sobre algum assunto? É um cidadão comum? Um político? Um coveiro? Um juiz? Um pai? Um padre? Um pastor? Um delegado? Um policial militar? Um membro das forças armadas? Um presidente?
A autoridade, na concepção popular, diz respeito a políticos que ocupam determinados cargos na esfera pública nos Poderes Executivo e Legislativo; ou representantes do Poder Judiciário: juiz, promotor, defensor público, desembargador. Ou seja, alguma pessoa que recebe a patente de elaborar, executar, fiscalizar ou comandar as Leis.
Essas pessoas exercem forte influência sobre outras pela posição social que ocupam e pelo discurso. Elas impregnam na cabeça das pessoas que merecem e devem ser respeitadas, homenageadas e até endeusadas. Há muita gente de ideia conservadora que reproduz esse discurso a ponto de afirmar que em qualquer situação, a autoridade deve dar a última palavra. Isso é ideológico.
Isso é ideológico.
Para essas autoridades, o aplauso é a vitamina, a cortesia é o contento e a serventia, a prática do ato de mandar. É o poder autoritário do que manda para o que obedece. Há gente que ainda insiste no discurso de que “uns nasceram para mandar e outros para obedecer”, mas esquece que isso é determinado socialmente e não naturalmente. Ainda tentam justificar de forma darwinista, “na floresta, veja, há árvores que crescem mais do que as outras para alcançar a luz do Sol, são melhores, grandes e fortes, enquanto outras mais rasteiras e menores sofrem para sobreviver”; mas esquecem que isso só ocorre porque na floresta não tem governo. Se tivesse governo, a escolha entre a árvore maior e a menor poderia ser determinada social ou politicamente.
Ter ou ser autoridade em determinado assunto é conotação que se tem do termo “autoridade”, mas esse não é o sentido mais popularmente conhecido. A autoridade em questão é aquela estabelecida pelo poder e pelo status social. As pessoas dão o poder a outras pessoas para determinar as leis e a vida em sociedade. Mas que autoridade é essa? Quem realmente é autoridade? Na minha concepção, a autoridade é efêmera. Por exemplo, o Lula não era autoridade, tornou-se quando assumiu a Presidência dada pelo voto do povo, agora, deixou de ser. Dilma não era e agora Presidenta é autoridade. Então, a permanência de autoridade no Brasil é bem passageira; o que não acontece com outros países como Líbia, Cuba e Inglaterra; embora, haja sucessão de membros no poder. Claro! A autoridade nesses países também muda, mas não de forma tão efêmera.
Para mim, a autoridade é um mito criado para a dominação. Para causar a soberba do rico poderoso, dono dos meios de produção e do capital sobre os pobres miseráveis que, para a elite, devem ser passivos, da paz e obedientes. Assim, alimentam a ideia de que o Brasil é um país da paz; quando na verdade nunca foi e não é. A história mostra que vivemos tempos de grandes conflitos, e atualmente, vivemos num clima de extrema violência civil.
No caso, das autoridades não escolhidas pelo povo, devemos perceber que não há muita diferença porque muitos do Judiciário e do grupo dos militares ocupam cargos por indicação dos políticos eleitos pelo próprio povo. Há os concursados, mas é só uma prova, que com os bons estudos da elite, os melhores cargos são para os filhos dessa elite. No entanto, é preciso deixar vagas, e muitas, a baixos salários para os pobres. Afinal, quem vai proteger os ricos?
Portanto, devemos apreender que a verdadeira autoridade está no povo – autoridade máxima de um país. É o povo quem escolhe seus representantes e, em determinadas situações, pode tirá-los. Se não no momento de conflito, mas a cada quatro anos. Os representantes eleitos são, apenas, meros funcionários, escolhidos e bem pagos para servir ao povo. Está aí a autoridade do povo. Ou, pelo menos, como deveria ser entendido.
Por Cledenilson Moreira
www.clednews.blogspot.com

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